Igreja de Nossa Senhora do Carmo
A capela de Nossa Senhora do Carmo é igualmente Imóvel de Valor Concelhio. Templo antigo, no quintal anexo terá existido um cemitério depois de outro, anterior, ter sido encerrado junto à igreja da Misericórdia.
O templo surpreende pela simplicidade e pelas suas linhas sóbrias. Curioso é o campanário de dois sinos, a encimar a fachada.
No retábulo principal, destaca-se a belíssima imagem de Nossa Senhora do Carmo, com o Menino nos braços, da segunda metade do século XVIII. É uma primorosa obra de arte esculpida em madeira; a Virgem Maria apresenta-se com um rosto de invulgar serenidade, um olhar esclarecido, dominador, porém doce, humano e frágil, maternal.
O Menino que eleva sobre o braço esquerdo já não tem a mesma perfeição; a intenção do artista em divinizá-lo não lhe deu os traços fisionómicos que se impunham à inocência de uma criança, aqui com um rosto algo adulto. Mesmo assim, trata-se de uma imagem admirável, no seu conjunto.
Merecem ainda referência as imagens de S. Francisco e de Santa Bárbara, ambas do século XVIII, menos perfeitas, revelando traços de um artesanato mais popular, principalmente a de S. Francisco.
Junto desta igreja realizava-se anualmente, no último Domingo de Julho, uma festa muito concorrida que depois passou para o segundo Domingo de Setembro.
De 1837 a 1848, foi administrada por uma comissão de cinco membros, tendo o prior José Agostinho de Almeida organizado os seus estatutos.